Música pra os Peanuts, só tem um nome: o de Vince Guaraldi. Here's To You, Cahrlie Brown: 50 Grat Years! (2000), de David Benoit é uma homenagem a Charles Schulz e às suas criaturas, e também a Guaraldi, que toca piano na primeira faixa. Escolho «Blue Charlie Brown», tema da autoria daquele, porque vislumbro os altos e baixo da (grande) personagem, e gosto particularmente da guitarra de Russell Malone e do diálogo estabelecido entre os vários instrumentos.
A minha admiração por Kate Bush é ilimitada. Deste Aerial(2005), entre tantas composições preciosas, uma há que se me impõe irresistivelmente: «». , cujo refrão é :"3.1415926535 8979323846 264 338 3279", numa magnífica e envolventedolcezza, de que só ela seria capaz.
Paz (2002) é um óptimo disco de Eugénia Melo e Castro, excelente cantora, letrista e compositora. Todas as letras são suas, bem como quase todas as composições, em co-autoria com Eduardo Queiroz, que também produz. Paz é um álbum muito introspectivo e melancólico, e creio que esta última faixa, «Imagem», faz bem a súmula do conjunto. Ouvir todos os 7'26''.
Headline News (1983), o último álbum dos Atomic Rooster, banda histórica do rock progressivo, que não sobreviveria à morte de Vincent Crane, sua alma mater. Escolho o tema inicial, Hold Your Fire, entre outras razões pelo tom melancólico de Crane. A guitarra parece a do David Gilmour, porque é do David Gilmour.
Um jazz fusional, aberto à restante música negra norte-americana. Deste Juju Street Dongs, belo título, de 1972, escolho «I Wanna Be Where You Are» (no ano seguinte, comversão dos Jackson 5). Sensacional a bateria de Howard King, quando Bartz começa a improvisar, aí pelos 3 minutos
Como escolher entre o que tudo bom? Com big band ou em combo, como estes Kansas City 7 (1962), todos integrantes daquela. Basie tinha dedo(s). Do próprio Count, «Tally Ho, Mr. Basie»
É difícil escolher só uma música de Fado (2009), o esplêndido disco de estreia de Carminho. Uma das coisas que mais gosto nela é a tersa fibra de fadista, a entrega que se percebe muito bem num registo áudio e impressiona e entusiasma que a ouve de viva voz. E assim, entre várias possibilidades, decido-me por esta «Carta a Lisboa» (letra de Diogo Clemente e música de Ricardo Rocha).
Este Animal Tracks (1965) tem versões bestiais do blues americano. Aliás, os próprios Animals são lídimos representantes duma segunda vaga de british blues, ao lado daquelas que se fazem notadas na primeira metade da década de sessenta. Versão extraordinária dum tema extraordinário do extraordinário Ray Charles. E extraordinária a versão porque precisa dum cantor da têmpera do Eric Burdon que lhe dê toda a almaque ele reclama. Então ouçam...
«Ballad» é o grande tema do filme, embora eu pudesse escolher outras variações da banda sonora de Gato Barbieri (1972). Perfeito na síntese que faz da obra de Bertolucci: a flauta a entrar de mansinho, e rapidamente voz, percussão e sax dão o embalo dos sentidos, e quando chegam as cordas, já tudo está em piloto automático.